DEPOIMENTO DA XAVERIANA, Ir. DINA MANFREDI sobre o Padre Luigi Médici
Ir. Dina, á esquerda
... memória que o tempo não apaga...
Recebi o agradável convite de falar ou dar meu testemunho sobre o conhecimento que tive do Pe. Luiz Médici. O faço com muito prazer, pois guardo dentro de mim grande gratidão a Deus e ao próprio Pe. Luiz pela amizade que mantivemos por longo anos e em diferentes circunstancias, de longe ou por perto.
Conheci o Pe. Luiz Médici em 1975, quando a nossa Congregação das Missionárias Xaverianas abriu uma comunidade em Santa Mariana, Paraná. Ele era o Pároco e nos acolheu com entusiasmo e alegria. Fazia poucos meses que eu tinha chegado ao Brasil e para mim tudo era novo... precisava eu entender muita coisa, descobrir a realidade totalmente nova para mim. Era também a primeira experiência apostólica que estava iniciando, fora da Itália.
Uma primeira característica, ou melhor dito: um primeiro valor que descobri em Pe. Luiz foi sua serenidade, sua alegria. Ele trabalhava muito e sempre ficava sereno, contente. Via e discutia os problemas, sérios e até pesados, mas não perdia a paz. Trabalhamos juntos alguns anos em Santa Mariana, penso três ou quase três, e aprendi muito dele. Foi um verdadeiro mestre para mim. Me ensinou sobretudo a amar o povo brasileiro, a conhecer o coração deste povo que ele também sempre amou! Eram muitas as perguntas que eu lhe fazia, sempre que possível, e sempre recebia uma resposta satisfatória. Naqueles anos ele construiu uma escola para as crianças mais carentes da Vila Santa Rita e no domingo à tarde celebrava a Eucaristia naquela Vila. Antes de iniciar a Missa dava uma volta nas ruas e chagava na Capela segurando três ou quatro crianças em cada mão. Tratava a todos com carinho e gentileza. Gostava das pessoas idosas, das crianças, dos jovens, dos adultos, de todos.
Naqueles anos eu trabalhava em parte também no escritório paroquial e via muitos homens que o procuravam para lhe pedir conselhos. Era muito amado e estimado.
A vida do Pe. Luiz era muito sóbria: pouca roupa já lhe era suficiente; comia o que estava pronto e nunca se queixava... Tinha um só par de sapatos e o usava até que a água da chuva não entrasse por todos os lados.
Planejava as atividades pastorais da paróquia com sabedoria e cuidado. Acompanhava com grande respeito as linhas pastorais e as indicações da CNBB. Amava profundamente a Igreja.
E amava também a Nossa Senhora. Várias vezes me disse que a primeira oração que fazia a cada dia era a reza do terço, logo de manhã cedo, ao acordar. Em Santa Mariana ele fez surgir o Movimento da Legião de Maria e o acompanhava constantemente. Muitos grupos da Legião de Maria visitavam as famílias a cada semana, levavam convites para a Catequese das crianças, visitavam doentes e procuravam soluções para problemas familiares. Uma consistente espiritualidade sustentava o apostolado deste Movimento e esta espiritualidade foi sempre alimentada por Pe. Médici. Fez o mesmo também em Curitiba.
A saúde do Pe. Luiz sempre foi frágil, Parecia homem sadio e forte, mas passou por muitas cirurgias e momentos de doenças. A cirurgia ao coração talvez foi aquela que mais o marcou. Mas eu nunca o vi abatido por causa das doenças. Ele não descuidava da saúde, mas também não fazia tragédias quando essa não era muito boa. Frequentemente ele repetia a frase de São Francisco de Assis em que agradecia a Deus pelo céu sereno e pelo céu nublado...!
Muitos fatos voltam à minha memória, pensando no Pe. Médici. Um dia uma nossa irmã bateu o carro da paróquia. Eu disse o acontecido a ele, que era o pároco. Sua primeira pergunta foi: “A irmã se machucou?” “Não” disse eu. E ele: “Então não te preocupes por nada... carros têm muitos no Brasil” E depois foi ver como consertar tudo.
Pessoalmente fui muito ajudada pelo Pe. Luiz. Em alguns momentos pedia seu parecer o seu conselho, também para minha vida cristã. Nestes longos anos de amizade foram muitos os momentos de troca de pareceres, conversas, confianças... Foram mais os anos que passamos longe, mas quando dava para nos encontrar novamente era como se o tempo da separação não fosse existido. A correspondência escrita alimentou nossa amizade. Tínhamos certeza de rezar um pela outra e isso nos dava alegria.
Uma humanidade muito sadia e cordial transparecia na vida do Pe. Médici: com ele era fácil cantar, saborear um bom sorvete, observar uma obra de arte, contar uma piada e rir de gosto. Gostava de trabalhos bem feitos e de ordem.
Sinto o dever de manifestar minha gratidão a Deus por ter-me dado o presente de conhecer de perto a vida do Pe. Médici e com ele servir e amar melhor o Reino de Deus.
Dina Manfredi
Aaetetuba, 31 de outubro de 2010
... memória que o tempo não apaga...
Recebi o agradável convite de falar ou dar meu testemunho sobre o conhecimento que tive do Pe. Luiz Médici. O faço com muito prazer, pois guardo dentro de mim grande gratidão a Deus e ao próprio Pe. Luiz pela amizade que mantivemos por longo anos e em diferentes circunstancias, de longe ou por perto.
Conheci o Pe. Luiz Médici em 1975, quando a nossa Congregação das Missionárias Xaverianas abriu uma comunidade em Santa Mariana, Paraná. Ele era o Pároco e nos acolheu com entusiasmo e alegria. Fazia poucos meses que eu tinha chegado ao Brasil e para mim tudo era novo... precisava eu entender muita coisa, descobrir a realidade totalmente nova para mim. Era também a primeira experiência apostólica que estava iniciando, fora da Itália.
Uma primeira característica, ou melhor dito: um primeiro valor que descobri em Pe. Luiz foi sua serenidade, sua alegria. Ele trabalhava muito e sempre ficava sereno, contente. Via e discutia os problemas, sérios e até pesados, mas não perdia a paz. Trabalhamos juntos alguns anos em Santa Mariana, penso três ou quase três, e aprendi muito dele. Foi um verdadeiro mestre para mim. Me ensinou sobretudo a amar o povo brasileiro, a conhecer o coração deste povo que ele também sempre amou! Eram muitas as perguntas que eu lhe fazia, sempre que possível, e sempre recebia uma resposta satisfatória. Naqueles anos ele construiu uma escola para as crianças mais carentes da Vila Santa Rita e no domingo à tarde celebrava a Eucaristia naquela Vila. Antes de iniciar a Missa dava uma volta nas ruas e chagava na Capela segurando três ou quatro crianças em cada mão. Tratava a todos com carinho e gentileza. Gostava das pessoas idosas, das crianças, dos jovens, dos adultos, de todos.
Naqueles anos eu trabalhava em parte também no escritório paroquial e via muitos homens que o procuravam para lhe pedir conselhos. Era muito amado e estimado.
A vida do Pe. Luiz era muito sóbria: pouca roupa já lhe era suficiente; comia o que estava pronto e nunca se queixava... Tinha um só par de sapatos e o usava até que a água da chuva não entrasse por todos os lados.
Planejava as atividades pastorais da paróquia com sabedoria e cuidado. Acompanhava com grande respeito as linhas pastorais e as indicações da CNBB. Amava profundamente a Igreja.
E amava também a Nossa Senhora. Várias vezes me disse que a primeira oração que fazia a cada dia era a reza do terço, logo de manhã cedo, ao acordar. Em Santa Mariana ele fez surgir o Movimento da Legião de Maria e o acompanhava constantemente. Muitos grupos da Legião de Maria visitavam as famílias a cada semana, levavam convites para a Catequese das crianças, visitavam doentes e procuravam soluções para problemas familiares. Uma consistente espiritualidade sustentava o apostolado deste Movimento e esta espiritualidade foi sempre alimentada por Pe. Médici. Fez o mesmo também em Curitiba.
A saúde do Pe. Luiz sempre foi frágil, Parecia homem sadio e forte, mas passou por muitas cirurgias e momentos de doenças. A cirurgia ao coração talvez foi aquela que mais o marcou. Mas eu nunca o vi abatido por causa das doenças. Ele não descuidava da saúde, mas também não fazia tragédias quando essa não era muito boa. Frequentemente ele repetia a frase de São Francisco de Assis em que agradecia a Deus pelo céu sereno e pelo céu nublado...!
Muitos fatos voltam à minha memória, pensando no Pe. Médici. Um dia uma nossa irmã bateu o carro da paróquia. Eu disse o acontecido a ele, que era o pároco. Sua primeira pergunta foi: “A irmã se machucou?” “Não” disse eu. E ele: “Então não te preocupes por nada... carros têm muitos no Brasil” E depois foi ver como consertar tudo.
Pessoalmente fui muito ajudada pelo Pe. Luiz. Em alguns momentos pedia seu parecer o seu conselho, também para minha vida cristã. Nestes longos anos de amizade foram muitos os momentos de troca de pareceres, conversas, confianças... Foram mais os anos que passamos longe, mas quando dava para nos encontrar novamente era como se o tempo da separação não fosse existido. A correspondência escrita alimentou nossa amizade. Tínhamos certeza de rezar um pela outra e isso nos dava alegria.
Uma humanidade muito sadia e cordial transparecia na vida do Pe. Médici: com ele era fácil cantar, saborear um bom sorvete, observar uma obra de arte, contar uma piada e rir de gosto. Gostava de trabalhos bem feitos e de ordem.
Sinto o dever de manifestar minha gratidão a Deus por ter-me dado o presente de conhecer de perto a vida do Pe. Médici e com ele servir e amar melhor o Reino de Deus.
Dina Manfredi
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