HOMENAGEM AO PADRE MARIO CELLI - XAVERIANO




HOMENAGEM DOS AMIGOS DOS MISSIONÁRIOS XAVERIANOS

Pe. Mario Celli – missionário xaveriano

“Vigoroso discípulo missionário de Jesus, Padre Mário Celli partiu para a casa do PAI. Entre nós, a exemplo do Senhor Jesus, passou fazendo o bem. Missionário Xaveriano levou a Boa Nova à África, em comunidades do Burundi e Congo. Durante longos anos, marcou presença de ardoroso missionário no Brasil, quando tive a alegria de trabalhar com ele nas Regiões Episcopais da Arquidiocese de São Paulo, Brasilândia e São Miguel Paulista e na Diocese de Blumenau, na bela e Santa Catarina. Na Itália, integrou equipes dedicadas às missões “ad gentes”. A exemplo do fundador da família xaveriana, São Guido Maria Conforti, Pe. Mário tinha fascínio pela missão. Seu coração estava espraiado pelo mundo todo, com evangélica opção pelos pobres. Artista, encantava a todos com suas pinturas e músicas. Durante bons anos, residimos na mesma casa, em São Miguel Paulista, onde perseveramos na leitura orante da Bíblia, na contemplação da realidade, aprofundamento teológico, para resposta atual aos problemas do Povo. Na santa Missa de corpo presente, Jesus, no Evangelho, nos recomendou: “Não se perturbem os seus corações; tenham confiança, na casa do Pai há muitas moradas”. Confiantes, depositamos nosso Pe. Mário no Coração de Jesus a lhe dizer: “Venha, servo bom e fiel, receba a recompensa que lhe é preparada”.

(D. Angélico Sândalo Bernardino – emérito de Blumenau/SC – 06/05/2012)





"Pe. Mário Celli foi uma parábola de Deus para a humanidade" - sirvo-me dessa afirmação que encontrei procurando informações sobre a vida do Pe. Celli na internet. Não recordo o lugar exato onde encontrei essa afirmação, mas isso não diminui em nada seu significado e sua veracidade ao querer expressar a mensagem deste autêntico discípulo missionário de Jesus.

Nascido na Itália, consagrou sua vida à missão, especificamente na Congregação Missionária denominada Xaverianos, fundada no ano de 1895 pelo bispo italiano dom Guido Maria Conforti, elevado à honra dos altares por Bento XVI. O nome "Xaverianos" deriva do padroeiro da nova congregação, escolhido pelo fundador: São Francisco Xavier (1506-1552).

As informações que temos a respeito da missão do Pe. Celli são de que exerceu seu ministério em países africanos durante diversos anos. A convivência com ele, em Blumenau, nos primeiros anos da nossa Diocese, possibilitaram um conhecimento um pouco melhor do seu caráter, das suas qualidades e, naturalmente, do que toda pessoa humana tem, as suas limitações.

Aqui, entre nós, ele trabalhou em diversas paróquias e comunidades.

Trabalhou na Catedral, na Capela Santa Luzia (Rua Araranguá), na Comunidade Santa Clara (Fidelis). Nelas manifestava seu ardor de verdadeiro profeta, anunciando com coragem a necessidade de um mundo novo e de uma Igreja renovada. Isso granjeava-lhe a admiração e simpatia de muitos. Por outro lado, sofria fortes oposições. Com Jesus não foi diferente.

Um dos trabalhos que mais projetou Pe. Mário Celli, em Blumenau, foi o da Comunicação. E ele sabia fazer comunicação muito qualificadamente. Entendia de comunicação televisiva, radiofônica, escrita e eletrônica. Chegou a dar cursos para os câmeras-man das emissoras de TV da nossa cidade. Era exímio desenhista e caricaturista. Nas festas de igrejas, divertia as crianças e também os adultos desenhando a mão livre a face de cada uma e de cada um que o solicitasse. Ao computador, criava imagens originais e complexas.

Demonstrou seus sonhos e conhecimentos na área da Pastoral da Comunicação.

As reuniões que presidia, como coordenador diocesano, tinham sempre pautas escritas e abrangência extensa, desde espiritualidade e teologia até os projetos concretos e detalhados. Entre esses projetos, sempre havia aqueles audaciosos. Sob a sua animação, foi realizado o primeiro simpósio diocesano de comunicação num dos bons hotéis de Blumenau. O número de comunicadores participantes não atingiu o esperado, mas foi uma experiência que, naquela ocasião, deu visibilidade aos objetivos da Pastoral da Comunicação da Diocese. Teve a presença de bons comunicadores.

Pe. Mário era cardíaco. O funcionamento do seu coração era parcial, em torno de 50%. Isso, porém, não o desviava da sua luta diária, da sua dedicação às suas tarefas, mesmo em altas horas da noite. Certa ocasião, numa das reuniões, teve um mal súbito. Foi chamado o Corpo de Bombeiros, que o levou ao pronto-socorro. Precisava ficar internado, mas convenceu o médico a liberá-lo para suas atividades.

Com toda a sua capacitação, inclusive em outras áreas do conhecimento, como teologia e psicologia, Pe. Mário era capaz de entreter-se com as crianças, com os jovens, com os velhinhos, com todos. Tinha um coração realmente grande, universal. E não guardava mágoas. Argumentava sabiamente com os que discordavam das suas posições e manifestava admirável generosidade em perdoar a todos os que o ofendiam ou rejeitavam.

Volta, agora, àquela afirmação, com a qual iniciei esse pequeno relato.

Jesus transmitia a mensagem do Reino através de parábolas. Basta lembrar a parábola do "bom samaritano", dos talentos, dos trabalhadores da vinha, da videira e os ramos, tantas são elas. Cada vez que as lemos e meditamos, dizem respeito à nossa atual realidade de peregrinos em busca do transcendente, do divino. Afirmando que "Pe. Mário Celli é uma parábola", dizemos que sua vida, suas ações, seus escritos, sua personalidade tem algo de revelador do Reino. Este Reino, aqui, na terra, é apenas sinal do Reino definitivo. Pe. Mário foi, em sua pessoa e em sua vida, um desses eloquentes sinais. Terminaria dizendo que Pe. Mário foi sacramento do Reino para muitas pessoas, nações, para o mundo. Pois, embora tivesse a simplicidade de um simples discípulo de Jesus, era capaz de lidar com grandes e poderosos meios de comunicação."

Saúde paz!

(Pe. Raul Kestring - Porta-voz da Diocese de Blumenau - 06/05/12)











missa de corpo presente do Pe. Mario Celli, no mosteiro da Visitação em São Paulo/SP.


Comentários

Anônimo disse…
Tenho muitas histórias com ele. Adorei os comentários. Fui batizada, crismada e minha filha batizada. Deus obrigada por ele ter passado por minha vida.
M.Luiza Ricciardi disse…
Fiquei feliz ao ver esse testemunho sobre o p. Mario.
Convivi e trabalhei com ele muitos anos, desde que ele chegou aqui vindo da Itália em Dezembro de 1981. Com ele aprendi muito sobre arte, informática, comunicação e, sobretudo o amor ao Evangelho e à pessoa de Jesus presente nas pessoas, sobretudo osmais pobres . Creio na comunhão dos santos e que o Pe. Mário está na "festa sem fim" do Reino de Deus que ele tanto amou e deu a vida para anunciar.

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