MADRE CELINA - TESTEMUNHA DA ALEGRIA - publicado pelo Jornal de Piracicaba em 22.07.2015


Foram 66 anos dedicados à oração, à caridade e à vida contemplativa dentro do Mosteiro da Luz, em São Paulo e Mosteiro da Imaculada Conceição, em Piracicaba, que agora poderão ser conhecidos através das páginas de sua biografia recém lançada.
Madre Celina faleceu aos 88 anos em 10 de setembro de 2014 e deixou um rastro de realizações e obras de caridade.
Foi uma das fundadoras do Mosteiro das Concepcionistas de Piracicaba a pedido de dom Ernesto de Paula e, mesmo sendo irmã de clausura, atendeu o apelo de Pe. Vicente Tonetto, do Itapuã e fundou o Centro de Convivência Infantil Menino Jesus, que hoje leva seu nome, no bairro do Novo Horizonte, além de buscar meios para a construção de várias capelas em bairros carentes da Paróquia São Francisco Xavier, dos Missionários Xaverianos.
Arrecadava alimentos para famílias pobres e houve meses que conseguiu distribuir mais de 1.000 cestas básicas, graças ao grupo de amigos que formou ao seu redor.
Mas a característica principal de Madre Celina não foram suas obras, mas o dom de ouvir e aconselhar, irradiando fé e alegria.
Seu bom humor era contagiante e assim devolvia o ânimo de viver para muitos que a procuravam.
Sua figura imponente, de hábito branco e véu negro, olhar penetrante e sorriso fácil, contrastavam com as grossas grades do locutório, que a separava do mundo exterior.
Ouvia a todos sem pressa e transmitia uma mensagem de paz, coragem e alegria no final de cada conversa.
Nunca saberemos quantas pessoas foram ajudadas por ela, quantas mães foram consoladas através daquelas grades, quantos casais foram recuperados por suas orientações, quantos religiosos recuperaram o fervor de sua vocação através de seus ensinamentos, quantos jovens deixaram os vícios graças a sua orientação e intercessão, quantos pais de família puderem levar o alimento do dia para casa graças a bondade da madre...
A clausura foi para a Madre Celina a antecipação do paraíso, nunca um fardo ou um sacrifício.
Abriu mão de estar presente em todos os momentos de sua família e de amigos, tornando-se uma monja de clausura com apenas 22 anos.
De todas as experiências que esta escolha trouxe talvez a mais difícil tenha sido a morte de sua mãe, no início de sua vida religiosa, no Mosteiro da Luz, longe da presença da filha caçula.
Suas saídas do Mosteiro foram somente nas ocasiões que a Regra Concepcionista permitia: consultas médicas e votar nas eleições.
Nunca se permitiu qualquer exceção!
E era feliz, muito feliz por ser fiel. Seus amigos e admiradores planejaram homenagens que irão guardar a memória de Madre Celina para a posteridade.
O Centro de Convivência Infantil do bairro do Novo Horizonte, fundado pela madre e pelo Pe. Vicente Tonetto passou a se chamar ‘Centro de Convivência Infantil Menino Jesus - Madre Celina’. O lançamento da biografia, ‘Madre Celina, testemunha da alegria’, com depoimentos, textos biográficos, fotos antigas e atuais, tem o prefácio assinado pelo Pe. Edvaldo Nascimento, reitor do Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres.
E, brevemente estará assinada a lei municipal nomeando a praça na Avenida Armando Cesare Dedini, com o nome da querida freira.
Esta pracinha fica em frente ao Santuário de Nossa Senhora dos Prazeres e ao lado do Mosteiro das Irmãs Concepcionistas.
Está em construção também a capela que abrigará o ossário das irmãs concepcionistas falecidas em Piracicaba.
Guardará os restos mortais destas irmãzinhas e das Madres Helena e Celina, fundadoras do Mosteiro da Imaculada Conceição.
Será um espaço sagrado que nos trará lembranças boas e que nos ligará ao divino, nos fazendo refletir sobre a brevidade da vida e sobre a necessidade de se fazer o bem.
As Irmãs rezam por todos e de forma constante, rezam por nós que não rezamos mais ou rezamos pouco e pedem a Deus por cada um de nós!
Claudinei Pollesel é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba

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