Mini crônicas – para não esquecer – 003

Mini crônicas – para não esquecer – 003 O pai era palmeirense. Mais que palmeirense, era um anti-corintiano roxo. Gostava muito de assistir o futebol pela TV. Mesmo sozinho. Nestes últimos tempos, mesmo com a saúde muito debilitada eu, do meu quarto escutava sua TV transmitindo os jogos ate o final, quando ele então ia para a cama. Jogou bolo durante toda a vida, enquanto foi possível. Era goleiro. Por isso seu segundo apelido: Maidana. Homenagem a um goleiro uruguaio que jogou no Brasil. No período que moramos na Chacara Fillipini, no Rolador todo sábado ele jogava com o seu time, no campo de grama da chácara. Antes deste período seu local de jogo era o famoso e antigo campo da Fazenda Taquaral. Eu era criança, mas lembro bem dele jogando. Era o único momento que ele podia ser visto de bermuda. Ia de calça com o short por baixo e chegando ao campo tirava a calça. Nunca usou bermuda ou short fora deste contexto. Nem para dormir. A mãe contava que quando mocinha foi escondida no campo da fazenda Taquaral ver o pai numa partida de futebol. Na volta, a vó Bastiana, a esperava com uma corda e ela levou uma surra. Eu me chamo Claudinei por causa do XV de Piracicaba. Nasci em 1968 e neste ano o goleiro do XVzão era o Claudinei e meu pai quis homenageá-lo. Não deu muito certo pois nunca gostei ou mesmo joguei futebol. Gostava muito de bocha e de truco, tendo participado de campeonatos em Saltinho. Em alguns foi vencedor e guardava os troféus em sua estante no quarto. Nos últimos anos reunia-se com os vizinhos do “Azaleia” toda noite para o truco. Recentemente me falou que assim que passasse a pandemia voltariam a jogar na casa do Luiz e da Rose. Estas reuniões aconteceram por muitos anos, desde quando a mãe era viva e para ele era um compromisso alegre. Viva o Palmeiras!

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