Mini crônicas – para não esquecer

Mini crônicas – para não esquecer - 11 A mãe tinha uma fé simples e autentica. Acreditava no poder da oração e rezava o terço todos os dias, sentada na beira da cama, antes de dormir. Crescemos ouvindo seus murmúrios de oração, desfiando as contas do terço e o barulho de seu livrinho de rezas. Era música de ninar para nossos ouvidos de crianças. Ia pouco à missa, mas não faltava nos terços e novenas do bairro, junto de seus vizinhos. Este São Benedito era dela e ficava na cozinha. Em sua frente toda manha a mãe colocava um pouquinho de café recém-coado. Acreditava piamente que ele bebia. Acreditava que fazendo assim não faltaria comida em casa. Realmente nunca faltou. Pobres, sem dinheiro ou bens, mas sempre com fartura de comida. Comida produzida pela família. Horta, plantações e criações que mantinham a vida da família no sitio. Quanto ao São Benedito quem bebia todos os dias seu cafezinho eram as abelhas e formigas. Mas não importava para ela. A fé da mãe dizia que era o santo pretinho que foi cozinheiro em vida. E assim ela seguiu sua vida, acreditando e confiando em Deus. Pediu a Deus para ser a primeira a morrer, não queria ver a família morrendo. Foi atendida. E morreu de forma simples e rápida, vitimada por um infarto numa terça-feira de 2011. Ficou seu exemplo e muitas saudades. Penso que recebeu o pai no céu, pois ela cuidou dele aqui por mais de 60 anos. Deus fará esta festa para os dois. Juntos celebraram 40 anos e 50 anos de casados, com missa e festinha. Faltavam 02 anos para a celebração de 60 anos de casamento quando ela morreu.

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