mini cronicas - para não esquecer - 15

Mini crônicas – para não esquecer - 15 Em 13 de fevereiro deste ano de 2021 mudamos para Saltinho. Adiamos esta mudança por muito tempo, mas agora era a hora e decidimos voltar. Não queríamos interferir na vida do pai, enquanto ele não precisasse. Tínhamos feito uma edícula no fundo deste terreno que era nosso e de meu pai. Para esta construção usamos o dinheiro que a Dalva recebeu de uma pequena herança de seus pais. Esta edícula inicialmente seria para ele morar, sendo que minha mãe havia falecido e seria bom ele mudar de ambiente, numa casa menor. Na época ele aceitou a ideia e mudou-se para lá. Mas pouco tempo depois quis voltar para sua casa da frente. Gostava de sua casa e escolheu o quarto da frente para dormir. Dizia que era mais ventilado, pois sempre sofria com a falta de ar. Tanto que usava bombinhas há muitos anos. Nos momentos de maior dificuldade em respirar abria uma fresta na janela da sala ou do quarto e isto aliviava seu mal estar. O pai fumou por muitos anos, principalmente cigarros de palha. Parou há mais de 30 anos, mas as sequelas ficaram. E também seus trabalhos sempre foram insalubres, em fornos de olaria e fabricando tijolos, isto também agravou a falta de ar. Quase que anualmente, no frio, tinha pneumonia. Voltou então para a sua casa da frente. Sua grande conquista. Feita com muito sacrifício, construída por ele mesmo em sua maior parte. Aos finais de semana, ele era pedreiro e a mãe servente, com a ajuda de todos da família. Ele conhecia cada pedacinho da casa, cada tijolo que ele mesmo fabricou na cerâmica. Gostava de ressaltar que era feita de tijolos requeimados, isto é, mais fortes. A casa foi construída em 1996 e desde então vieram da Usina Santa Helena para Saltinho. Foi uma grande conquista e grande alegria. Eu e Dalva também mudamos para a mesma rua do Azaleias e ali nasceram o Ezequiel e a Victória. A mãe ajudava a Dalva e as crianças eram a grande alegria dela. A Ana já morava em Saltinho e a mãe também ajudou muito a Ana. Além de alegria tornou-se também uma grande função, pois a Ana ficou muito doente com reumatismo em várias ocasiões da vida e a presença e ajuda da mãe foram preciosas, tanto na casa como no cuidado com as crianças. Morando em Saltinho a mãe trabalhou em casas de família, ajudando o pai nas despesas. No Rolador, em 1979 e 1980, ela havia trabalhado dois anos como merendeira na Escola do Taquaral. Foi o primeiro e único registro em carteira que a mãe teve. Inesquecível para ela. Quando o pai aposentou, continuou trabalhando na cerâmica. Assim com dois rendimentos a situação melhorou e a mãe dedicou-se somente em casa, em ajudar a Ana e cuidar da chácara, outra grande paixão dos dois. A mãe morreu em 2011 e a Ana em 2015. Foi uma grande benção carinhosa de Deus que a morte da mãe foi antes. Ela não suportaria a morte da Ana. Foi poupada por Deus. O pai aguentou estes dois baques tremendos. Ele era forte ou se fez de forte. A vida tinha que continuar e ele continuou ate o dia que foi ao encontro do Pai, sendo recebido pela Mãe.

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